sábado, 9 de janeiro de 2010

Capítulo 1: Embarcando...

- Vamos Tom, agente não pode se atrasar, as fãs já devem estar cercando o aeroporto e eu não quero correr o risco de ter que morar no aeroporto Brasileiro!


- Já vai Bill! Que horas são?

- São 5:30!

- Da Manhã?

- Sim Tom!! Vamos!

- Sabia que faltam quatro horas para o nosso voo, que por um acaso é às Nove e Meia? Você é completamente louco! Sabe o quanto me sinto mal ao levantar e o quanto eu odeio acordar cedo, ainda mais sem necessidade! Eu não acredito que você já está de maquiagem e trocado quatro horas antes!

- A verdade é que não dormi muito bem, mosquitos!

- Não é minha culpa concorda?

- Estou ansioso também, nunca fui ao Brasil, será que vai ter muita gente, será que as fãs sabem cantar, você sabe o que dizem sobre o Brasil né?

- Sim, que as mulheres são lindas! - Bill encarou Tom com as sobrancelhas maquiadas altamente erguidas e uma expressão de descaso a consideração do irmão gêmeo – Ahh Bill não me olhe assim, esta bem, também tem a parte que são muito animadas e blá blá blá, mais quem se importa? Se forem bonitas, já ganhamos a parada.

- Você não cresce nunca!

Foi com uma alta discussão no quarto que os gêmeos começaram o turbulento dia que os esperava. Estavam prestes à abandonar a Alemanha e vir ao Brasil, fazer shows em apenas uma cidade: São Paulo. Enquanto os garotos discutiam esperando Georg e Gustav acordarem, as fãs que os esperavam estavam enlouquecidas, elas gritavam frases em alemão como “Wir wollen Tokio Hotel” que significa “Nós queremos Tokio Hotel”, isso porque ainda não tinha nem mesmo dado tempo dos quatro jovens saírem de casa e embarcar no voo direto no seu avião particular.

Alguns minutos depois, Tom, Georg, Gustav e Bill se encontram na sala da casa dos meninos para que saíssem todos juntos. Bill vestia uma calça jeans azul escura, camiseta preta, touca, óculos escuros, e seus acessórios de sempre. Os outros três vestiam suas roupas comuns do cotidiano, porém claro cada um com seu estilo, uma touca na cabeça, pareciam todos agentes do FBI disfarçados, mirando todos por de trás dos óculos escuros, correndo rodeados por seus seguranças.

No carro, os meninos compartilharam toda a sua ansiedade por estarem indo a um país completamente diferente do seu, sem saber exatamente o que encontrariam na platéia de um estádio inteiro, eles encenavam como seria estar frente a tanta gente que jamais viram, em nenhum outro show, afinal era o primeiro da banda no país.

Depois de entrarem no avião, longas horas de viagem somente aumentaram a ansiedade dos quatro, Gustav estava roendo a última unha que lhe sobrara, a do dedo mindinho da mão direita, Georg fingia não se preocupar, tentando dormir um pouco, Bill engatou uma conversa animada com sua maquiadora, estava em êxtase, quase não se entendia o que dizia, pois jogava suas palavras alemãs no ar, enquanto Nathalie tentava captar ao menos uma de uma imensa frase. Tom, com sua palheta, tocava cordas imaginárias, de sua guitarra Gibson também invisível, enquanto tentava se desligar um pouco dos altos sons produzidos por seu fiel gêmeo.

Após muitas horas de torturante tédio e surdez causada pelos ataques de riso e frases do Bill, os meninos aprenderam um novo nível de gritos e berros ensurdecedores. Ao descer do avião, milhares de fãs corriam com faixas, cartazes, pôsters, bottons, camisetas, máquinas e tudo que você puder imaginar em direção à banda. Assustados, os quatro gritaram, entraram correndo no avião, fecharam a porta com grande força feita contra as fãs que faziam força contrária para entrar. Atrás das fãs vinham os seguranças, com cara de insatisfeitos, correndo atrás das meninas e gritando “PAREM! PAREM!” com altos sopros em apitos. Um esforço inútil para as fãs que continuavam tentando entrar no avião de qualquer jeito, mesmo com a porta fechada. Georg ria tão alto, mais tão alto que acabou por se engasgar com a própria saliva, Bill pedia para que Tom sentisse seu coração, que batia acelerado, Gustav arriscava dar “tchauzinhos” para os milhares de flashes vindos das milhões de câmeras plantadas em volta da aeronave.

A muvuca finalmente foi controlada pelos seguranças carrancudos do aeroporto, e pouco a pouco, as fãs foram se afastando até que nenhuma sobrasse por perto. Tom que não se agüentava de felicidade, com um sorrisinho maroto nos lábios, disse:

- Bill você tem alguma dúvida de como seremos recebidos no show aqui de São Paulo?

Todos riram, como poderiam imaginar que num país que possui cinco horas de diferença, quase do outro lado do mundo, poderia estar ali com eles cantando suas músicas em alemão, gritando e os amando tanto quanto, ou até mais, do que os fãs de sua terra natal? Tudo era muito novo ainda, mais eles tinham toda a certeza de que o show seria um sucesso e que, agora que o silêncio planava em volta do jato particular, poderiam finalmente sair.

Os quatro formaram uma fila, saindo Gustav primeiro, Tom em segundo, Georg em terceiro e por último Bill, olhando para todos os lados, para não serem pegos de surpresa por nenhuma fã desesperada, quando de repente...
 
[Continua...]

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